Forma e funcionalidade na arquitetura para a saúde: entrevista com João Pedro Serôdio

Com objetivo de conhecer os arquitetos, os projetos e as histórias por trás da arquitetura portuguesa de referência, Sara Nunes, da produtora de filmes de arquitetura Building Pictures, lançou o podcast No País dos Arquitectos, em que conversa com importantes nomes da arquitetura portuguesa contemporânea.

No episódio desta semana, Sara conversa com o arquiteto João Pedro Serôdio, do escritório Serôdio, Furtado & Associados, sobre o Instituto de Investigação e Inovação em Saúde, da Universidade do Porto. Reveja as outras entrevistas realizadas pelo podcast No Pais dos Arquitectos e leia a transcrição da entrevista com Serôdio, a seguir.

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Reveja, também, as entrevistas já publicadas do podcast No País dos Arquitectos:

Sara Nunes - Hoje vamos estar à conversa com o arquitecto João Pedro Serôdio sobre o Instituto de Investigação e Inovação em Saúde (i3S). Bem-vindo, arquitecto João Pedro!

João Pedro Serôdio - Boa tarde! Obrigado pelo convite!

SN - É interessante perceber que, quando comecei a investigar sobre este edifício na Internet, os primeiros resultados que surgiam eram várias notícias sobre descobertas científicas. Pensa que a arquitectura teve um papel importante, ou tem um papel importante no avanço destas descobertas ligadas à saúde? 

JPS - Penso que participa... Quer dizer, o que é que... Quer dizer, evidentemente, os investigadores se não tivessem este edifício não paravam. Não iam deixar de fazer as suas descobertas, mas acho que o edifício é um instrumento e, portanto, cumpre também uma função no sentido de... Não sei se “facilitar” é a palavra correcta... Mas no sentido de contribuir para a eficiência e para o tempo em que ocorrem essas investigações e do modo como correm essas investigações. Por isso, a resposta embora não… Ou seja, por outras palavras, salvaguardando que, de facto, não seria a falta do edifício que impediria essas descobertas, eu penso que a resposta é que acredito que contribui para essas descobertas. 

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SN - Um dos aspectos que eu tenho quase a certeza que contribui para essas descobertas é o facto de neste edifício existir um conjunto de institutos. Três deles são centros científicos, da Universidade do Porto, nomeadamente o Instituto de Biologia Molecular e Celular, o Instituto Nacional de Engenharia Biomédica e o Instituto de Patologia e Imunologia Molecular. Imagino que este edifício-sede do Instituto de Investigação e Inovação em Saúde (i3S) – com tudo condensado num edifício de 18.000 m2 – promova a colaboração entre os diversos institutos. Ou acelere, pelo menos. Qual foi a vossa abordagem de desenho, perante esta grande complexidade de juntar estes três institutos com necessidades, seguramente, diferentes? E imagino que com grande exigência técnica.

JPS - Sim, claro. Há duas fases importantes no desenvolvimento deste projecto.

A primeira fase é a fase do concurso, no qual trabalhámos com as nossas ideias apenas; e depois, numa segunda fase, após ganharmos o concurso, entraram estes investigadores e o edifício foi redesenhado, tendo em conta a participação desses mesmos investigadores. Contámos, nomeadamente, com a participação de Cláudio Sunkel, que ainda continua a ser uma das pessoas que dirige o i3S. Portanto, neste projecto existe essa relação com aquilo que estava definido como uma ideia base de arquitectura e a relação com aquilo que os investigadores precisavam que o edifício fosse. A partir de ambas as relações, construiu-se a ideia do edifício e o edifício em si. 

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SN - Pode-nos descrever para quem não está a visualizar o edifício... Para os ouvintes que só nos estão a ouvir e ainda não tiveram oportunidade de visitar o edifício, pode-nos descrever como é que funciona o edifício? Se calhar até desafiava-o um pouco mais. Pode fazer-nos uma visita guiada pelo edifício, quase como se estivéssemos a entrar pela porta de entrada?

JPS - Pode ser. Qual é a ideia do edifício? Primeiro, a ideia que permanece (e era a ideia de concurso) é que há no programa um elemento-chave que é a sala, o laboratório. Ou seja, o laboratório tipo, a sala tipo. Esse laboratório tipo... o edifício tem 40 laboratórios tipo. Esses laboratórios tinham uma área especificada e tinham uma forma mais ou menos definida. Isto é, o programa do concurso referia que essas salas tinham de ter luz do lado maior. Portanto, para nós era importante que o edifício tivesse a volumetria daquela zona. Isto é, com rés-do-chão e dois, que é mais ou menos aquilo que corre nos edifícios, ao longo daquela avenida.

SN - Na Asprela, não é? Na zona da Asprela.

JPS - Sim, na zona da Asprela. O que nós fizemos para conseguirmos que o edifício tivesse aquela forma compacta e regular e, simultaneamente, esse número de pisos apenas foi colocar as salas perpendiculares à rua, iluminando-as através de pátios. Esses pátios entremeiam a distribuição dessas salas. Dessa forma, o volume é um volume compacto que tem as salas iluminadas por pátios e assume a volumetria que percorre aquela zona. 

SN - Acho muito curioso porque, quem vê de fora, imagina que o edifício se esconde, não é? Porque, como disse, ele é muito compacto, cinzento, quase monolítico. Que se esconde. De certa forma, também a investigação tem este lado mais secreto, não é? Mas ao mesmo tempo, acho curioso terem introduzido estes pátios que dão não só iluminação aos laboratórios, mas também aos espaços comuns. 

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JPS - Sim, às circulações. O que é que acontece? Não foi tanto para esconder ou para não deixar ver os laboratórios, foi mais para produzir um ambiente calmo nos laboratórios. Portanto, procurámos iluminá-los, garantindo que aquele número de laboratórios coubesse naquela volumetria, que não queríamos que excedesse a zona, e ao mesmo tempo, criando um ambiente calmo que propiciasse um pouco esse trabalho de investigação.

SN - Ah, estou a entender. Um ambiente de foco, não é? Para que as pessoas se pudessem focar. 

JPS - Sim e depois, de facto, aquilo funciona como uma série. Ou seja, cada conjunto de quatro laboratórios tem uma escada, um acesso. Umas vezes com casas de banho e outras vezes com salas comuns de frigoríficos ou de frio com -80ºC de temperatura ou ainda outros aspectos técnicos que as salas partilham. Portanto, o edifício é composto por uma sucessão desses grupos e a entrada é feita por abrir um espaço entre esses grupos numa posição estratégica, que permite ligar o acesso ali próximo da saída de metro e um canal de ligação ao IPATIMUP (Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto), que também era uma obrigação. O edifício, genericamente, tem dois grandes canais ductos, verticais e horizontais, de infraestruturas, que ligam todos estes laboratórios aos pisos técnicos e às áreas técnicas, que estão em baixo e em cima no edifício. Depois existe toda a articulação dos outros espaços, que são espaços técnicos comuns, onde estão os microscópios electrónicos, que todos os laboratórios utilizam e onde estão também as zonas de lavagem de todos os instrumentos que eles partilham. Essas áreas comuns estão no rés-do-chão e o desenho dessas áreas é quase... Nós definimos uma estratégia e esse desenho é quase da responsabilidade dos investigadores porque foi ajustado de tal forma àquilo que eles pretendiam que nós não nos sentimos assim tão autores. Existe um grande canal de circulação em todos os pisos e depois pequenas ruas de circulação perpendiculares, saídas de emergência... definimos todo esse layout e depois ajudamo-los a dispor funcionalmente, dentro de cada um daqueles quarteirões, aquilo que eles precisavam de ter para que o edifício fosse esse instrumento muito eficiente para apoiar as investigações que lá se fazem. 

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SN - Há pouco falava também da importância da luz e a criação desses pátios para colocar luz nos laboratórios, mas a luz é também um aspecto sempre presente neste edifício com uma série de claraboias que desenharam ao longo do edifício. Fale-nos um pouco sobre estas claraboias que desenharam. 

JPS - O edifício, ao fim e ao cabo, é um edifício que tem muita gente a trabalhar lá dentro. Tem, na verdade, mais de mil pessoas, portanto é um edifício muito utilizado. Isso para nós era um dado importante e faz parte do desenho do edifício. Existe aquele grande átrio, com um vazio central, que é desenhado, de modo a transmitir um ar de vazio, um ambiente um pouco livre do movimento e livre de ruído. Para isso seguimos uma estratégia que tem a ver com vários factores: a forma como o som se propaga, o modo como a visibilidade dos espaços se abre ou se fecha e a maneira como estas ideias se articulam com a luz. Portanto, todos os espaços de circulação têm pontos de iluminação natural e são construídos, utilizando os materiais do edifício com o betão à vista, realizado in situ e o bloco de betão. Utilizámos dois tipos de bloco de betão. Sobretudo um bloco de betão perfurado, que faz uma grande absorção acústica. Ao distribuirmos estas zonas de absorção, seguimos uma estratégia que, por vezes, está associada à presença e introdução de luz natural e outras vezes faz o oposto. Às vezes dissocia-se. Ou seja, está associada, mas ao contrário porque nuns sítios onde há luz há menos ruído. Noutros sítios onde há luz há mais ruído. Fomos estrategicamente gerindo isto para produzir determinados resultados no uso do edifício, que vão variando conforme as situações. 

SN - Acho interessante porque quase com o mesmo material ou com estes dois... houve aqui a utilização do betão... A forma como geometricamente ele foi colocado, ao longo das paredes, parece que vai criando diferentes texturas e brilhos. Isso remete, mais uma vez, para a importância do som nos espaços. Tenho uma curiosidade, arquitecto. Antes ou durante o processo de desenvolvimento do projecto, visitaram outros institutos ou edifícios semelhantes que vos serviram de referência para projectar? 

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JPS - Não. Nós já tínhamos feito dois projectos, em Coimbra, de edifícios também destinados à investigação, em 2000 e 2001. É o caso do Positron Emission Tomography (PET), no Pólo da Saúde, em Coimbra, e o edifício da Subunidade de Ensino 3 do Pólo III da Universidade de Coimbra. Um deles é um edifício que produz fármacos radioactivos e que também está nas bocas do mundo. É um edifício onde se faz uma investigação de ponta e produção de fármacos absolutamente inovadora. Para além disso, é um edifício que, tecnicamente, também é muito complexo. Tem uma pequena central nuclear instalada lá dentro. Isso já diz quase tudo.

SN - Caramba! 

JPS - E o outro, a Subunidade 3, é um edifício dedicado ao Ensino e Investigação, na área da Medicina Legal que também fizemos em Coimbra. Para esses edifícios, de facto, visitámos alguns edifícios semelhantes. Desse do PET (Tomografias por Emissão de Positrões) não havia muitos na altura. Agora já há alguns. E visitámos em Espanha. Salvo erro, em Sevilha. Fomos a Sevilha ver um destes edifícios em funcionamento. 

SN - Ok. 

JPS - Mas o que nos interessava e o que nos interessou neste... E nós visitámos estes três institutos. O que nos interessava era não ver edifícios de arquitectura que nos interessassem e que estivessem neste ramo, mas perceber edifícios que faziam estas funções e perceber como é que eles funcionavam. Ou seja, não era tanto a arquitectura, era perceber mais como é que eles funcionavam para que pudéssemos com a nossa arquitectura responder a este programa. 

SN - Claro que já tinham a experiência anterior que vos ajudou a desenvolver este projecto. Pergunto-lhe, arquitecto, quais foram os grandes desafios durante a construção.

JPS - Este edifício, o grande desafio técnico... Não se pode também esquecer o lado da engenharia porque sem essa participação... Os engenheiros são co-autores. Como autores estamos eu, a Isabel Furtado e a equipa do i3S, nomeadamente o Cláudio Sunkel e o Pedro Resende. Esses são os autores daquilo que é o edifício, juntamente com a engenharia. A engenharia é muito pesada, como se pode imaginar neste tipo de edifícios, nomeadamente no que diz respeito às instalações. O ar é condicionado neste edifício de uma forma que não é equivalente em nenhum outro edifício porque tem as correntes de ar controladas, portanto há várias pressões produzidas por equipamentos independentes.

SN - Ok.

JPS - E tudo isto foi pensado com a AFAconsult, com os engenheiros Elisa Parente, Rui Furtado e Rodrigo Castro, que são co-autores neste projecto connosco. Era impensável fazer isto sem uma articulação profunda porque, por um lado, existe o cliente com necessidades muito específicas e, por outro lado, existe também a engenharia necessariamente. 

O edifício é muito complexo porque tem também um P4, com um laboratório de alta segurança pelo meio. Portanto, a forma como se chega com as instalações a cada um dos laboratórios, nesses dois grandes ductos que atravessam em todos os sentidos o edifício, e a forma como todas as instalações chegam a esses laboratórios de alta segurança foram e são um desafio grande, claro. 

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SN - Mas parece que houve aí uma necessidade. Estou a ouvi-lo e a pensar que houve uma grande racionalidade e necessidade estratégica muito grande para colocarem todas estas variantes a funcionar. Isso exigiu muitos desenhos, muitas maquetes? 

JPS - Isto é um trabalho de grande simplificação, ao mesmo tempo porque o edifício... Agora está na moda o brutalismo, não é?

SN - (risos)

JPS - Mas eu não acho... Ou pelo menos nunca me passou semelhante ideia pela cabeça. Aliás nem a mim, nem à Isabel. O que acontece é que o edifício é muito austero e há um esforço de racionalidade nessa austeridade. Há um esforço de realizar, recorrendo a uma grande objectividade, para que depois se consiga utilizar e fazer funcionar o edifício no tempo também.

Por exemplo, a forma como estão distribuídos os laboratórios em relação a esses ductos permite que, em qualquer momento, se instale algo que não se pensou hoje, que fosse necessário.  

SN - Ou seja, pensar o edifício para o futuro também?

JPS - Sim, claro. Quer dizer. Num daqueles laboratórios... A forma como funciona a investigação é que cada um daqueles investigadores candidata-se a fazer uma investigação e se tiver fundos para fazê-la, instala-se numa destas salas. Nessa altura, pode precisar para a sua investigação específica de determinados gases, exaustões ou qualquer outro aspecto que não estava previsto e é muito fácil instalá-lo e colocá-lo a funcionar. Portanto, o edifício tem esse lado muito racional. É uma espécie de espinha organizativa. O edifício não teve, nem teria grandes devaneios formais que não fossem resultado desta complexidade a que precisava de dar resposta. Há, portanto, uma intenção racional por trás disto e que, juntamente com todos os outros aspectos, nomeadamente o dinheiro, o custo do edifício, etc... leva a que ele seja de uma grande austeridade.  

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SN - Sim, acho interessante não só esta racionalidade ou necessidade de simplificar, mas ao mesmo tempo também quase de antecipar o futuro, não é? E de permitir que o futuro também possa acontecer ali naquele espaço. Como estava a dizer, há muitos projectos que desenvolvem neste edifício, em simultâneo, e muitos deles com animais, como as moscas da fruta, os mosquitos da malária, ratos, peixes-zebra... houve requisitos especiais para albergar estes animais? 

SN - Claro. Sim, isso ocorre numa parte do piso -1 e isso é, de facto, uma zona de grande segurança. Cada espaço e cada circuito corresponde a uma necessidade quer de segurança, quer de relação entre as várias funções que aí ocorrem. E depois há... Neste projecto, o que a arquitectura fez não foi desenhar, exactamente, tudo o que lá está porque recebeu um input muito detalhado dos investigadores, mas foi contribuir com ordem. Ou seja, ajudar a montar aquela sequência de espaços de modo a ordenar para que também essa parte do edifício fosse coerente e articulada com as infraestruturas como tinha de ser. Portanto, há aqui, de facto, uma interacção entre os vários interessados – especialistas, pessoas que vão utilizar o edifício e a arquitectura em si – de modo a conseguir obter o resultado. Às vezes é difícil descobrir, exactamente, quem é que influenciou mais o processo. (risos)

SN - (risos) Já percebi que o processo foi mesmo muito participativo para que o edifício, realmente, tivesse as melhores condições possíveis. É interessante! Pela sua descrição, parece que estamos a falar, ao mesmo tempo, de uma fábrica ou de uma linha de montagem em série, só que neste caso referimo-nos à investigação, não é? 

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JPS - Sim. O edifício não é apenas uma máquina. Tem esse lado muito objectivo, mas depois articula, por exemplo, com: os espaços em que as pessoas se encontram e os espaços que existem para receber outras pessoas que vêm de fora. Isso também faz parte das funções que o edifício tem de realizar e para realizar bem recorre a outros aspectos que não são tão técnicos como, por exemplo, a vista, a forma como os espaços se encaixam uns nos outros ou a própria luz. Portanto, o edifício é um conjunto destes inputs todos. É uma síntese – para usar uma expressão muito querida da Escola do Porto – destas questões todas.

SN - O que é que lhe ensinou o Instituto de Investigação e Inovação em Saúde (i3S) sobre a arquitectura?

JPS - Imenso, mas isso aprendemos... espero... Talvez esteja um pouco arrogante, mas espero aprender sempre qualquer coisa com os desafios que nos vão colocando. Nós não somos os senhores deste assunto, somos só um meio para concretizar aquilo que é necessário. Os edifícios são, sobretudo, respostas a necessidades. Existem as pessoas que nos propõem os projectos ou os projectos que nós nos proomos fazer. Portanto, não somos nós que sabemos. É sempre o outro que sabe e nós somos um meio para realizar com ordem essas ideias. Damos expressão arquitectónica a essas ideias e contribuímos com a nossa forma de ver os problemas, quer sejam arquitectónicos, formais ou outros. Portanto, aprender com aquilo que os outros nos trazem – acho eu que é natural. 

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Cortesia de Serôdio, Furtado & Associados

SN - Arquitecto João Pedro, muito obrigada por esta conversa, por partilhar connosco tudo isto, por nos fazer viajar um pouco pelo mundo da investigação e por nos mostrar como é que a arquitectura pode contribuir para estas descobertas e, ao mesmo tempo, espero que tenhamos melhor saúde no nosso futuro. 

JPS - Claro que sim. Foi um prazer. Muito obrigado pelo convite! 

Nota do editor: A transcrição da entrevista foi disponibilizada por Sara Nunes e segue o antigo acordo ortográfico de Portugal.

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Sobre este autor
Cita: Romullo Baratto. "Forma e funcionalidade na arquitetura para a saúde: entrevista com João Pedro Serôdio" 22 Jan 2022. ArchDaily Brasil. Acessado . <https://www.archdaily.com.br/br/974495/forma-e-funcionalidade-na-arquitetura-para-a-saude-entrevista-com-joao-pedro-serodio> ISSN 0719-8906

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